Como proceder quando da identificação de umidade em seu imóvel.
Um dos problemas mais incidentes em edificações habitacionais e comerciais é a umidade. Isso se deve ao fato dela ser proveniente de diversas causas e, também, por ser necessário ter um sistema com desempenho 100% conforme – se tiver 99%, a água encontrará caminho nesse 1% irregular.
Uma ideia equivocada que permeia a mente dos leigos e de alguns profissionais da área é a de que se evita umidade nas edificações apenas com sistemas de impermeabilização. Essa é uma ideia limitada que pode trazer graves consequências na hora de reparar algum problema de umidade, tais como retrabalho, gastos desnecessários, demolições indébitas etc.
Analisando a Tabela 1 podemos identificar quais são as origens prováveis da umidade, e pela vivência prática percebe-se que fenômenos de higrospiscidade, condensação e falhas de uso, operação e manutenção, são pouco conhecidos até por profissionais atuantes na área.
Tabela 1: Origem da umidade em edificações. Fonte: GROSSI, 2018 adaptado de HENRIQUES, 1994.
Outra prática comum nessa área, bastante equivocada, é de apenas tratar o sintoma e não a causa. Por exemplo, a Figura 1 ilustra um caso de descascamento da pintura devido a umidade ascendente provinda do jardim. Em muitos situações já presenciei casos como esse serem reparados com a retirada da pintura solta, a aplicação de algumas demãos de argamassa polimérica (impermeabilizante) e refeita a repintura do local. Essa ação apenas cria uma barreira externa que não impede a ascensão de água pelo revestimento ou alvenaria, conforme Figura 2, o que permitirá que o descascamento volte a ocorrer após algum tempo.
Figura 1: Vista de descascamento de pintura devido a umidade ascendente. Fonte: GROSSI, 2018.
Figura 2: Esquema de umidade ascendente. Fonte: THOMAZ, 2016.
Portanto, antes de realizar o reparo de qualquer manifestação patológica, deve-se realizar uma investigação da causa e tratá-la, em vez de apenas tratar seus sintomas. Para isso, recomenda-se a contratação de engenheiros civis com especialidade em patologia, perícia, engenharia diagnóstica, tecnologia de construção ou correlatos. Evite, também, postergar o reparo, porque provavelmente serão mais onerosos e mais complicados de resolver.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5674: Manutenção de Edificações – Requisitos para o sistema de gestão de manutenção. Rio de Janeiro, 2012.
HENRIQUES, Fernando M. A.. Humidade em paredes. 4. ed. Lisboa: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1994.
THOMAZ, Ercio. Aula de Umidade. Curso de Patologia das Construções. Mestrado IPT, 2016.
Matéria publicada na edição de Fev/2018 da Revista Direcional Condomínios.
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